Você sofre de transtorno de déficit de natureza?

Nos últimos anos, inúmeros estudos realizados em centros de pesquisas de vários países confirmam: contato com a natureza pode ser terapêutico – e num nível bastante profundo.

Não é por acaso que tanta gente busca lugares onde possa estar mais em contato com o verde. Intuitivamente sabemos – percebemos, sentimos – que a proximidade com terra, água corrente e árvores e outras plantas faz bem ao corpo e à alma. O curioso é que, nos últimos anos, inúmeros estudos (muitos deles bastante consistentes) realizados em centros de pesquisas de vários países confirmam: contato com a natureza pode ser terapêutico – e num nível bastante profundo.

Para o sociólogo José Antonio Corraliza, professor de psicologia social e ambiental da Universidade Autônoma de Madri, vivemos hoje, nas metrópoles, um transtorno de déficit de natureza. “Ao nos afastarmos demais de nossas raízes ancestrais, sofremos prejuízos físicos e mentais, que poderiam ser facilmente evitados com a mudança de hábitos”, diz.

Recentemente, por exemplo, um estudo realizado na Holanda mostrou que pessoas que tinham áreas verdes no entorno de suas casas costumavam apresentar doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes, depressão e transtornos de ansiedade com menos frequência em comparação às populações que não tinham esse privilégio.

Entrevistas com mulheres também revelaram um dado curioso: aquelas que vivem em locais com janelas voltadas para a paisagem urbana admitem comportar-se de forma mais agressiva com o cônjuge do que aquelas que têm vista para espaços naturais.

Outro dado interessante: ficar muito tempo longe da natureza acelera o processo de envelhecimento das células – algo compreensível se pensarmos que o poder relaxante da natureza combate o estresse, um importante fator de envelhecimento no âmbito molecular.

Obviamente não se pode falar em relações diretas de causa e efeito, embora seja bastante aceitável que o ar do campo ajude a fortalecer a saúde. De qualquer forma, é curioso que as relações sociais (comprovadamente importantes para a manutenção da saúde física e mental) sejam influenciadas pela área verde que temos por perto: quanto menos natureza, menos contatos temos uns com os outros e maior é o sentimento de solidão.

Mesmo para crianças, esse contato com o ambiente natural faz bem: há algum tempo já se sabe, por exemplo, que a bactéria Mycobacterium vaccae, que vive no solo, age no cérebro, melhorando a capacidade de aprendizagem e o humor de quem mexe com terra. Partindo desse dado (e considerando outros tantos), muitos pesquisadores afirmam hoje que a proximidade com áreas verdes e praia de fato ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão e melhora a capacidade de concentração e atenção. Pois bem: anda tenso, irritado, desanimado? Experimente aproximar-se do verde.

Originalmente publicado por Gláucia Leal, na revista Mente e Cérebro


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