Estudo de esqueletos antigos mostra como a agricultura alterou o corpo humano

“Há décadas temos tentado descobrir o que aconteceu no passado”, comentou Rasmus Nielse, geneticista da Universidade da Califórnia, Berkeley, nos Estados Unidos, em entrevista ao The New York Times. “E agora temos um estudo que é quase uma máquina do tempo.”

Se você está surpreso com a dimensão do estudo, está tendo a sensação certa, pois essa é primeira a vez que cientistas analisaram o DNA de seres humanos que viveram antes, durante e depois da revolução agrícola, ocorrida há cerca de 8,5 mil anos.

Conseguir analisar o DNA desses parentes tão distantes, significa conseguir mapear as mudanças dos genomas dos nossos ancestrais de uma forma que possamos entender como essas alterações influenciaram a sociedade ao longo dos tempos. Até então, os únicos materiais de estudo dos pesquisadores eram ossos e restos físicos da história da Europa. Em termos de comparação, os ossos mais recentes são de 45 mil anos atrás.

Sabemos que a agricultura sempre tive forte influência no estilo de vida da humanidade, mas agora é possível identificar as mudanças que ocorreram quase como em tempo real.

 O estudo foi publicado na Nature, na última segunda-feira (23), e foi feito da seguinte forma: o geneticista David Reich, da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, e sua equipe analisaram os genomas de 230 europeus que viveram entre 8,5 mil e 2,3 mil anos atrás. Os cientistas compararam esses genes com o de humanos vivos atualmente.

Ao analisar esse genomas, eles foram capazes de identificar que antes da revolução agrícola, a Europa era composta por populações de caçadores e coletores. Mas isso mudou com a chegada de um novo povo, cujo DNA lembra o das pessoas do Oriente Médio – ao que parece foram eles que trouxeram as técnicas de agricultura ao chegar na região.

O estudo também mostrou que os primeiros agricultores eram de pele escura, pois há 9 mil anos os coletores e caçadores que viviam na Europa tinham origem africana. Já os agricultores que chegaram na região em seguida tinham a pele mais clara, o que se reforçou após um gene variante surgir.

Além disso, os cientistas revelaram que após o advento da agricultura, os europeus tornaram-se mais baixos, principalmente no sul do continente.

A agricultura, tem o poder de transformar os indivíduos de uma sociedade, por isso, é importante ressaltar a importância de discussões a cerca do assunto. Apesar desse estudo ter sido focado na Europa, podemos usá-lo para refletir o funcionamento da agricultura brasileira. O que você sabe sobre o assunto? Compartilhe conosco. [Science Alert]


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