É possível enlouquecer de amor? Explicações a cerca do efeito da paixão no cérebro

É possível enlouquecer de amor? O professor da Universidade de Claremont, Paul Zak, Ph.D em neurociência pela Harvard, tem investigado o funcionamento do hormônio ocitocina no cérebro há mais de uma década, e talvez possa nos responder essa questão tão curiosa.

É comum ouvirmos aquelas expressões corriqueiras como “louco de amor”, loucamente apaixonado”, mas o que não sabemos é que elas podem ser os indícios para a proximidade entre paixão e desordens mentais graves, que na verdade, pouco têm a ver com aqueles sentimentos românticos que podemos ter por alguém. Mas afinal, é possível que a paixão cause tais desordens ou não?

De acordo com Zak, quando nos apaixonamos, uma área específica do cérebro chamada de sistema do querer (wanting system) é fortemente ativada. Trata-se de uma região bastante comum a todos os animais – de répteis a humanos – que nos dá motivação para buscar recursos como: comida, sexo, parceiros. “Observando as pessoas nos primeiros estágios da paixão, você consegue perceber uma super estimulação desta região. Mas quando há atividade em demasia, acabam surgindo sintomas de psicose e mania em pessoas que desenvolvem um quadro crônico. Há uma ampla variedade de desordens clínicas, como esquizofrenia, associadas à ativação excessiva e crônica destas áreas cerebrais.”, explica Zak, o autor de “Oxitocina, a molécula da moral”.

Mas o que acontece no cérebro quando não conseguimos parar de pensar em algo ou alguém, seja quando esperamos ansiosamente uma ligação telefônica ou em casos severos, como perseguição? Paul Zak explica que, quando uma pessoa está apaixonada, há uma “superprodução de um neurotransmissor chamado dopamina. Doenças psíquicas como esquizofrenia ou psicose estão quase sempre associadas à superprodução de dopamina. Quando você está muito apaixonado, é como se você estivesse psicótico.”

Segundo o professor, a paixão afeta de formas diferentes o cérebro dos homens e das mulheres, sendo que nos homens há uma propensão maior a desenvolver um comportamento obsessivo. Já no caso das mulheres, ele argumenta, a alteração no sistema surge após algum tipo de relação estabelecida – principalmente, após a prática do sexo. “Para mulheres, o efeito funciona sobre o sistema da ocitocina, um químico de formação de laço emocional.” A ocitocina é mais liberada nas mulheres do que nos homens e promove um desejo de carinho. “Há menos obsessão, mas as mulheres são mais apegadas do que os homens. Para os homens, trata-se mais de uma questão de conquista e obtenção”. Paul alerta para o fato de que “a obsessão aumenta progressivamente quando não é alimentada”.
 Via Fronteiras

Isadora Tabordes

Fundadora dos sites Vida em Equilíbrio e Demasiado Humano. Graduada em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é mestranda em Filosofia Moral e Política pela mesma universidade, trabalhando questões sobre o conceito de liberdade com ênfase no idealismo alemão.  Isadora também está presente no Youtube através do seu canal Relatos de Motocicleta.

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