2016: O ANO DA NEVE NO DESERTO

Belo Horizonte… Black Mirror… Sapiens, uma breve história da humanidade…

2016, o ano do Macaco no Horóscopo Chinês, do anel da invisibilidade de Platão, dos 400 anos de Belém, dos atentados a Istambul e a Jacarta; o ano das Ligações Perigosas, dos 15 anos da Wikipédia, da microcefalia em massa, dos atentados terroristas no aeroporto e no metrô de Bruxelas, do terremoto no sul de Taiwan; o ano da Estação Primeira de Mangueira, campeã do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro; o ano em que pesquisadores do projeto LIGO anunciaram que as ondas gravitacionais, previstas na Teoria da Relatividade Geral, foram detectadas pela primeira vez.

O ano da queda do Vôo Flydubai 981 nas proximidades do aeroporto da cidade de Rostov-on-Don na Rússia, do Trânsito de Mercúrio (passagem entre o sol e a Terra), da confirmação da presença de substâncias relacionadas à origem da vida na cauda do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko pelo Espectrômetro de massa da sonda Rosetta; o ano da conquista da Liga dos Campeões da UEFA pelo Real Madrid, do Prêmio Camões atribuído ao escritor brasileiro Raduan Nassar; o ano do ataque a uma boate gay em Orlando nos Estados Unidos e que o Reino Unido decidiu sair da União Européia.

O ano em que Juno, sonda espacial da NASA, entrou na órbita de Júpiter, do Atentado terrorista em Nice na França, computando dezenas de mortos e centenas de feridos na celebração do Dia da Bastilha e do atentado em Munique; O ano em que um homem matou 29 pessoas e feriu outras 26 durante esfaqueamento em massa em uma clínica para deficientes em Sagamihara, Japão, da olimpíada do Rio, da 1° medalha de ouro do Brasil no futebol olímpico masculino; O ano do impeachment da Dilma, da canonização da Madre Teresa, da explosão em Manhattan, da delegacia, do hospital e da lei do amor.

O ano em que o furacão Matthew atingiu o Haiti e ceifou 877 vidas, do Nobel de Literatura de Bob Dylan, da vitória da Eleição presidencial nos Estados Unidos por Donald Trump; o ano da prisão de Anthony Garotinho e Sérgio Cabral filho, do acidente aéreo na Colômbia que matou 71 pessoas, incluindo os jogadores da Chapecoense, 6 sobreviveram por milagre; o ano do Atentado em Berlim, deixando 12 mortos e 50 feridos, do assassinato de Andrei Karlov, embaixador russo na Turquia, da separação escandalosa do Brad Pitt e da Angelina Jolie, o amor não é um filme de ação.

O ano em que nevou no deserto do Saara, do vazio fantasmagórico da alma e que perdemos o poeta Ferreira Gullar, o escritor Umberto Eco, o pugilista americano Muhammad Ali, o revolucionário, político e ex-presidente cubano Fidel Castro, etc… O ano de pedir socorro ao mundo porque Alepp, na Síria está sendo dizimada por uma guerra. O ano dos tigres noturnos de Dickens, do Negan e da Justiça. O ano da tomada de consciência de que só o amor vale a pena, da felicidade ou morte, do marido ideal. O ano de Velho Chico e do mergulho na morte do ator global Domingos Montagner.

“Aquele que ousa perder uma hora de seu tempo não sabe o valor da vida.” Darwin


Thiago Castilho

Advogado e escritor, um homem de leis e letras. Acredito que a arte pode “ensinar a viver”. Ensinar a viver significa ensinar a lutar pelos seus direitos e a amar melhor a si e a toda humanidade. Adquirir o conhecimento e transformá-lo em sabedoria de vida no palimpsesto do pensamento. Eis meu ideal intelectual que busca realizar a experiência do autoconhecimento, não sei até se do absoluto e talvez do Sublime aplacando assim minha angústia existencial, sem soteriologia, porque ao contrário de Heidegger não acho que somos seres-para-a-morte, mas seres-para-a-vida e seres-para-o-amor.

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