DOCES LOUCURAS.

 

Fico, às vezes, me perguntando o que seria, na verdade, considerado “loucura”. Por que quando nos desviamos de um determinado comportamento considerado correto pela sociedade, somos logo taxados de “loucos”? Por que deveremos seguir padrões rígidos de comportamento, se a felicidade é algo tão subjetivo? Aquilo que me faz feliz, não necessariamente fará também, feliz o outro.

Portanto, descartando-se a loucura patológica que, por vezes, acomete algumas pessoas, penso que viver certas loucuras de vez em quando, pode nos proporcionar grandes prazeres. Refiro-me, é claro, às “loucuras do bem”. Loucuras que fazem bem à alma e, que não venham prejudicar ninguém. Sim, devemos praticar algumas doces loucuras durante nossa curta jornada. Devemos praticá-las enquanto somos “loucos conscientes”.

Para ser louco consciente é preciso pensar com o coração. É preciso escolher o que faz pulsar o sangue nas veias. É preciso ter coragem e seguir a intuição. Desde cedo, somos educados para ser pessoas de sucesso. Mas o que seria ser alguém bem sucedido? Seria, por exemplo, ter fama, ganhar rios de dinheiro, ser reconhecido publicamente por seus grandes feitos? Bem, se você é tudo isso e consegue também, ser uma pessoa de valor; se determinadas virtudes como: caráter, bondade, compaixão, solidariedade e tantas outras qualidades fazem parte do seu rico currículo, então, acredito no seu sucesso. Você deve ser uma pessoa feliz.

São poucos aqueles que fazem o que gostam na vida. Muitas vezes, são induzidos pelos próprios pais, a ocupar cargos dos quais não gostariam. Seguem em busca de uma estabilidade financeira e deparam-se com uma instabilidade emocional. Para quê correr tanto, atrás dessa tal segurança, se nem mesmo a vida é estável? Hoje, estamos bem, mas amanhã, poderemos não estar. E se não estivermos fazendo o que de fato nos dê prazer, certamente, bem, não estaremos. Não use de autossabotagem para satisfazer desejos que não lhe façam feliz. Não aborte seus sonhos, dê-lhes asas, voe junto com eles. Se dentro de você mora um músico, vá compor, não seja um bancário. Se é criativo e gosta de escrever, torne-se um escritor! Escreva lindos romances. Escreva histórias de amor, de aventuras, de suspense. Faça valer o dom com o qual você chegou a esse mundo.

Quando vejo empresários trocando o mundo corporativo por uma vida simples, na beira do mar ou, uma grande executiva abandonando seu cargo para vender picolé na praia…Quando vejo uma senhorinha de seus oitenta anos saltando de paraquedas ou, moradores de mansões indo morar em apartamentos menores e mais práticos…ou quando ouço falar em casamentos de muitos anos que chegaram ao fim porque já não mais havia paixão, não associo nenhuma dessas ações com qualquer tipo de loucura e, sim, com uma admirável coragem. E invejo (no bom sentido) essas pessoas que conseguiram realizar os sonhos que habitavam seus corações, antes que a vida colocasse um ponto final em suas histórias. Parabéns, a vocês que sonham e realizam. Parabéns por não deixarem morrer as “Doces Loucuras” que dão sabor, dão tesão e fazem valer a pena a vida em toda sua plenitude.

 

Elenice Bastos.

Imagem: (google).


Elenice Bastos

Definir-se é limitar-se; alguns já disseram. Prefiro a indefinição do não limitar-se. Escolho deixar à critério das mentes generosas e habilidosas, o significado da minha existência na vida de cada um. Sou inconstante mas carrego valores imutáveis. Gosto dos contrastes; céu-mar, frio-quente, noite-dia, chuva-sol...Amo ler, escrever, viajar, noites de luar, um bom vinho, música e jardins floridos. Adoro o pôr e o nascer do sol, o arco-íris,os animais a vida. Viver é poder estar integrado mental e fisicamente com a maravilhosa "Mãe Natureza".

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