Flower Power

Há alguns sábados participei de um evento aberto divulgado pelas redes sociais, onde a Martha Medeiros, uma das minhas escritoras favoritas, iria palestrar.  Foi um evento patrocinado por um grupo empresarial que possui várias marcas, produtos e serviços na área das terapias integrativas, como a importação de florais de Bach, por exemplo.  Apesar de ter sido atraída pela oportunidade de assistir gratuitamente à Martha, o resto da manhã foi igualmente incrível, pois além dela, ouvimos também a CEO do grupo e outros dois empreendedores com histórias e ideias muito interessantes.  Na saída do evento, recebemos uma pequena lembrança da empresa junto com diversos folders de divulgação dos seus produtos e serviços.  Encantada com a história da presidente (que se embrenhou por este ramo quando foi procurar ajuda para o seu filho caçula, que quando bebê, chorava ininterruptamente – e para ela, que acabava chorando junto!) fiquei com vontade de conhecer um pouco mais sobre os florais e sobre a filosofia do tal médico inglês, Edward Bach.

 

Confesso que até esse dia, eu era absolutamente ignorante no assunto, mesmo conhecendo diversas pessoas adeptas à prática (hoje existem florais até para pets).  Li de cabo a rabo o folder que relaciona a tabela completa com as trinta e oito essências disponíveis, suas respectivas indicações (como a pessoa se sente) e seus benefícios (o que a pessoa busca). Fiquei surpresa ao saber que os florais fazem muito mais do que apenas acalmar e tranquilizar.  Existe essência para compreender os outros e ser mais tolerante, essência para amar sem esperar algo em troca, essência para entender e assimilar as lições da vida, essência para achar o equilíbrio entre obrigação e prazer, para melhorar a autoestima, para ter força para dizer não, para fortalecer a individualidade e até uma essência para encontrar seu verdadeiro potencial.  E eu aqui achando que estas eram questões para uma vida inteira. Mal sabia que as respostas estavam a apenas algumas gotinhas de distância!

 

Apesar do meu ceticismo, confesso que fiquei intrigada. Não é possível que um tratamento reconhecido pela Organização Mundial de Saúde desde 1983, e atualmente inclusive pelo SUS, possa ser charlatanice. Meu primeiro impulso foi levar 32 das 38 essências, e ter a Holambra britânica inteira disponível no meu nécessaire. Mas além do rombo no orçamento, fiquei com receio que uma overdose de flores poderia gerar uma alquimia estranha no meu corpo. De que adianta ser uma pessoa altamente bem resolvida, e correr o risco de derreter todos os órgãos do lado de dentro? Em um exercício impossível de priorização, acabei optando por comprar um frasco de “Olive”, que promete recuperar as forças das pessoas que se sentem cansadas ou exaustas.

 

Faz pouco tempo que comecei a tomá-la e posso dizer que estou surpresa com os bons resultados.  Não fiz um estudo científico com controle das variáveis para comprovar os resultados, e não faria apologia ao uso.  Para os alopatas inveterados, pode ter sido o efeito placebo. Para os que se conectam com as vibes do sagrado feminino, pode ter sido os dias do mês diametralmente opostos aos da TPM (aqueles pouquíssimos dias do ciclo em que as mulheres estão com seus hormônios absolutamente bem dosados). Para os amantes da astrologia, pode ter sido Netuno em Peixes devolvendo algumas das minhas energias vitais.  Para o meu marido, foi o retorno dele depois de uma semana em Las Vegas, voltando a dividir comigo parte das tarefas domésticas e mundanas.  Realmente não saberia dizer!  O que posso dizer é que por enquanto opto por seguir tomando minha poção revigorante e já ando pensando em incluir mais algumas novas em meu coquetel.  Yo no creo en brujas, pero que las hay las hay!

 

Por Shelly Zaclis Bronstein – Autoterapia


Shelly Zaclis Bronstein

Shelly Zaclis Bronstein escreve crônicas e poemas, é autora do livro Autoterapia e trabalha como executiva de marketing de uma grande multinacional na área de tecnologia. Mora em São Paulo, é casada e mãe orgulhosa do Felipe e da Camila.

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