Novo programa pode detectar sintomas de depressão e ansiedade em crianças

Um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos esta desenvolvendo um sistema para detectar sinais de ansiedade e depressão em crianças através da voz. O programa já foi testado em 71 crianças norte americanas com idades entre 3 e 7 anos de idade. Os primeiros resultados obtiveram 80% de sucesso e foram publicados na revista científica Journal of Biometrical and Health Informatics.

Para toda mágica acontecer, o novo algoritmo precisa apenas que as crianças contem uma história durante três minutos. São aproximadamente 57 minutos a menos que uma consulta tradicional a um especialista da área. Geralmente, as consultas que geram diagnósticos similares consistem em entrevistas de pelo menos uma hora entre a criança e o profissional.

“Temos de começar a detectar estas condições mais cedo e mais depressa porque podem ser facilmente ignorados”, disse Ellen McGinnis, principal autora do estudo e psicologa clínica no centro de pediatria da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, ao portal PÚBLICO.

“Eu trabalho com muitas crianças mais crescidas e adolescentes que têm ansiedade e depressão. Quando pergunto quando é que os problemas começaram, muitos dizem “sinto-me assim desde que me lembro”.”

Segundo Renato Paiva, pedagogo português, isso é algo que também está acontecendo em seu país. Nota-se realmente um aumento na ansiedade dos mais novos. A partir dos três anos, mas de forma mais aguda na altura da entrada para a escola”.

O algoritmo

Ainda segundo ele, as escolas portuguesas estão cada dia mais atentas aos sintomas como dificuldade de atenção, comportamentos como o isolamento e problemas de sono.

“Não posso avaliar o sistema do estudo porque não o conheço. Mas a ideia é boa. É uma mais valia perceber e detectar estes problemas o quanto antes. Pais cada vez mais agitados e estressados tendem a passar estes sentimentos aos filhos”, concluiu.

A equipe de Mcginnis, onde estão inclusos profissionais de psicologia, psiquiatras e engenheiros biométricos, compilou uma base de dados de crianças diagnosticadas com sintomas de depressão e ansiedade e crianças sem os sintomas.

Foram analisadas uma série de características no padrão de discurso das crianças. Entre eles, o número de pausas, o timbre e o tom de voz. O algoritmo identificou algumas características na forma como as crianças com sintomas de depressão e ansiedade se expressam ao longo de um pequeno discurso.

Timbres muito baixos e excesso de repetições, por exemplo, são sinais que foram associados à crianças com sintomas de depressão.

“O espaço para sistemas de detecção de problemas de saúde mental através de tecnologias rápidas, econômicas, e exequíveis tem o potencial de dar voz a populações que sentem dificuldade em expressar sentimentos de angústia e procurar ajuda adequada. “Um sistema baseado na análise de dados, com algoritmos de inteligência artificial, é ideal para a tarefa”, escreveram os autores do estudo.

Os resultados com as crianças em risco muito se aproximam com os de entrevistas clínicas estruturadas e questionários preenchidos pelos pais. Porém, é importante ressaltar que a invenção do software não tem como missão diagnosticar e nem substituir a necessidade da consulta de um profissional.

O diagnóstico não é a questão

As crianças cujo a nova ferramenta apontem algum sintoma, devem ser encaminhadas para exames mais completos. “A ansiedade pode afetar até 20% de crianças nos EUA. A depressão 2%”, acrescentou Mcginnis. A pesquisadora ainda afirmou que o objetivo do sistema desenvolvido por ela é causar o mínimo de preocupação as crianças.

“Imaginamos um sistema simples em que, enquanto se está à espera de uma consulta com um pediatra, uma assistente vem e pede a uma criança para lhe contar uma história. A criança sabe que vai ser filmada e que vai ser avaliada no nível de interesse da história”, explicou.

Durante sua fala, a criança é interrompida duas vezes com alertas sobre o tempo que lhe resta. “Só que a criança nunca é julgada”, disse a pesquisadora. “A assistente até pode dizer que fizeram um ótimo trabalho no final”.

O vídeo é então analisado pelo sistema, onde os dados de áudio são avaliados, transmitindo posteriormente uma “recomendação” ao médico. A nova ferramenta ainda não se encontra disponível para o grande público. Muitos testes e ajustes ainda serão realizados para aprimorá-la.

“O nosso resultado é baseado numa amostra relativamente pequena”, disse Ryan McGinnis, pesquisador da Universidade de Vermont, que participou da parte técnica do estudo. “É preciso replicar os nossos resultados numa amostra maior. No entanto, os resultados são entusiasmantes porque mostra o tipo de trabalho que temos de desenvolver nesta área para ter métodos de avaliação rápidos e precisos para crianças pequenas”.

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Fonte: Fatos


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