O uso de máscaras tem sido considerado um fator decisivo no combate e prevenção contra o novo coronavírus, uma vez que contribuem, junto com outras medidas, para a redução dos níveis de contágio. Entretanto, a proteção facial pode representar um risco para algumas pessoas, especialmente quando o acessório é usado durante a prática de atividades físicas, que também são importantes para a saúde.
As preocupações sobre os possíveis perigos de usar máscara enquanto se pratica exercícios ficaram mais evidentes após um caso noticiado por um canal de notícias australiano: dois jovens adolescentes chineses morreram, com a diferença de uma semana entre um e outro, durante a realização de exames físicos obrigatórios enquanto usavam máscaras faciais.
As autópsias não foram realizadas em decorrência das restrições existentes em vários países visando conter a pandemia, por isso, é impossível saber, realmente, o que provocou a morte dos adolescentes. Por outro lado, isso chamou a atenção para a questão sobre se é ou não seguro praticar exercícios usando máscaras.
O que realmente acontece?
Um dos principais pontos, é que a máscara torna mais difícil que a quantidade de ar adequada para as atividades que exigem mais do corpo chegue ao pulmão. Como bem sabemos, esse acessório aumenta a resistência do fluxo de ar e, como os exercícios levam o individuo a respirar mais rápido, ela coloca uma pressão adicional ao processo de inalação.
Quando a pessoa pratica atividades físicas de baixa intensidade ou moderada com uma máscara facial, o esforço sentido parece ser maior, mesmo que não incomode tanto. Porém, o desafio é quando envolve práticas mais intensas, como futebol, corrida, levantamento de peso e bicicleta, por exemplo.
Exercícios pesados levam os músculos do corpo a produzir o chamado ácido lático. Esse ácido passa por um processo de conversão e vira dióxido de carbono para ser exalado. Entretanto, quanto mais intensos os exercícios, maior a possibilidade de o dióxido de carbono ser respirado novamente em decorrência da máscara.
Como consequência, o indivíduo eleva o nível de sua taxa de respiração e corre o risco de ter sua função cognitiva reduzida. Porém, isso não é uma regra, uma vez que tem relação com o próprio organismo da pessoa e até o tipo de máscara que está sendo usada.
É possível praticar exercícios com máscaras de forma segura?
Geralmente, sim! Para a maior parte das pessoas, é seguro praticar exercícios físicos enquanto usa máscara. Porém, como se trata de algo anormal, é preciso ficar atento ao comportamento do corpo para ter cuidado com alguns sinais que podem indicar que algo não está bem.
Diminuir a intensidade dos exercícios e fazer pausas ajuda a diminuir o desconforto
Os indivíduos que sofrem com alguma condição respiratória subjacente ou com problemas cardiovasculares os cuidados precisam ser maiores ao se exercitar com máscara no rosto.
Nesses casos, a gravidade da condição é o ponto de partida para avaliar a segurança durante as atividades. Algumas situações que requerem muito cuidado são os distúrbios pulmonares, fibrose pulmonar, asma, bronquite e quaisquer condições que afetem o pulmão e coração.
Dadas as particularidades nesses casos, a recomendação é buscar orientação médica para avaliar se existe ou não riscos de praticar exercícios com máscara — para evitar sair de casa, a pessoa pode procurar um atendimento via telemedicina, oferecido por vários consultórios e clínicas médicas como suporte durante a pandemia.
Quais são os sinais de aviso?
Prestar atenção ao corpo é o fator mais importante para praticar exercícios de forma segura enquanto é necessário fazer o uso de máscara.
Se a pessoa sentir tonturas e ou ficar extremamente sem fôlego, fazer uma pausa e reduzir a intensidade podem ajudar. Quando o corpo apresenta os sinais apontados, ele está dizendo que o organismo não está conseguindo receber oxigênio o suficiente.
Caso os sintomas não desapareçam rapidamente, a única saída a retirar a máscara para garantir a entrada de ar adequada — sempre lembrando de seguir as regras e orientações de saúde da região.
Fonte: Megacurioso