Desculpe a demora…

Eu não pensei que um dia teria esse peso em mim. A carga de milhares ações que deixei de fazer. Imerso por cada frase que deixei ecoar apenas em minha mente, palavras que não conheceram a liberdade, atos sem plateia, sem ar. As vidas que não vivi, morreram em mim, afogadas por insegurança e medo.

Preteri cada possível versão de mim, em nome do que sou. Não tenho do que me arrepender, pois não os conheço, mas costumo pensar em como é o seu lado do multiverso, fico curioso por saber se vocês lidariam com essa pressão melhor do que eu. Penso se vocês sentem a angústia chegar e fortalecem os joelhos. Antecipam os golpes pra não cair. Imagino se vocês pensam em melhorar a forma de absorver os golpes da vida, pra não se dobrar. Pois se dobrar muda a visão e tira a perspectiva da pessoa que quero ser. Mesmo soando muito pretensioso, irei correr esse risco, pois quero muito mais do que tenho, anseio por mais de mim, mais dos outros e mais do mundo. A forma como sou visto ficará em segundo plano.

Será que vocês estão se indagando? Eu vivo assim… Intrigado com possibilidades, pensando se estou perdendo algo. Pensando se serei melhor que vocês, outras versões de mim mesmo. Buscando ampliar minha compreensão, como forma de entender a vida ou uma forma alternativa de enxerga-la. Sei que não nos falamos, tenho estado muito ocupado. Desculpem a demora, mas estou fazendo o melhor que posso pra deixar pra vocês as segundas melhores opções. Todos os impulsos são vida, logo não quero perder nem sequer as sinapses que se acenderam, mas não chegaram a conhecer o mundo fora de mim. Gosto de pensar que minhas possibilidades e palavras não morrem em mim, mas criam vertentes no multiverso, criando realidades alternativas, assim não terei perdido nada, e sim deixado pra mim mesmo numa outra realidade.

Desculpem a demora.


Milton Lavor

Acredito na força das ideias como forma de mudar o mundo. Estudante de Engenharia elétrica para potencializar as contribuições ao todo. Escritor, desenhista e pintor como resultado do que transborda. Servidor público como profissão e filosofia como paixão. Alguns detalhes escapam por falta de espaço.

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