AGORA DIGO ADEUS, PARA MAIS TARDE NÃO DIZER MEU DEUS

Dizer adeus é sempre a parte mais difícil quando estamos em um relacionamento, em especial, se é uma relação de longa data. A verdade é que todos os desfechos de acontecimentos importantes da nossa vida geram muitas expectativas, isso porque não sabemos o que virá em seguida. Temos medo do desconhecido e um medo ainda maior de nos arrependermos das nossas escolhas. Frequentemente nos perguntamos “Será que fiz a escolha certa?”

O relacionamento deve nos oferecer a oportunidade de aprendermos mais sobre o outro e sobre nós mesmos. Aprendemos um pouco mais sobre os nossos medos, as nossas defesas e, até mesmo, as nossas maneiras de tentar controlar uns aos outros. Se decidimos por fim a um relacionamento sem antes aprendermos sobre nós mesmos e os problemas que cercam o nosso relacionamento, levamos toda essa bagagem emocional para a nossa relação posterior.

Por esse motivo, antes de deixarmos um relacionamento precisamos nos conhecer. O autoconhecimento envolve o discernimento de saber aquilo que nos faz bem e aquilo que nos maltrata. Precisamos nos conhecer bem o suficiente para cuidar dos nossos próprios sentimentos, sendo esta a nossa responsabilidade e não a do outro.

Muitos esperam suprir as suas lacunas interiores em uma relação, guardam consigo a crença de que os seus parceiros devem fazer com que se sintam amados e seguros por dentro, para que desse modo alcancem a felicidade interior. Como ninguém tem o poder de preencher aquilo que falta no outro, alguns abandonam o relacionamento frustrados, e ainda culpando os seus parceiros por não terem dado conta de atender as suas próprias necessidades.

Por outro lado, se entramos inteiros em uma relação nos dispomos a amar, em primeiro lugar, a nós mesmos e a compartilhar o amor que sentimos com os nossos parceiros. Contudo, se percebemos que não há retorno amoroso, não há uma conexão emocional na relação e o outro se mostra sempre ocupado, é hora de partir. Se sentimos que estamos cuidando de nós mesmos e os nossos parceiros ficam bravos conosco a não nos apoiam, é hora de reconsiderar a pessoa que devemos ter ao nosso lado.

Todo relacionamento que se preze nutre um desejo mútuo de crescimento, ambas as partes se empenham em fortalecer a união amorosa. Entretanto, se notamos que o empenho é unilateral, bem como percebemos que os outros desejam nos usar para servirem egoisticamente aos seus propósitos, agora é melhor dizer “adeus”, do que mais tarde dizer “Meu Deus”!


Saulo de Oliva

Médico, especializado em Psiquiatria. Psicólogo.

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